EUA destroem barco venezuelano suspeito de tráfico
EUA destroem barco venezuelano em águas internacionais do Caribe, no segundo ataque anunciado pelo presidente Donald Trump contra grupos que Washington classifica como “cartéis de narcotráfico extremamente violentos”. Três tripulantes morreram, e o governo norte-americano não apresentou provas de que a embarcação transportava drogas.
O anúncio foi feito na segunda-feira (2), quando Trump publicou em sua rede Truth Social um vídeo de 30 segundos que mostra a explosão do barco. Segundo ele, a ação “protege a segurança nacional” dos Estados Unidos diante de traficantes que tentariam chegar ao país.
EUA destroem barco venezuelano suspeito de tráfico
Momentos antes, o presidente venezuelano Nicolás Maduro acusara Washington de “agressão” e prometeu exercer o “direito legítimo de defesa”. Maduro também chamou o senador Marco Rubio, aliado de Trump e defensor da operação, de “senhor da morte e da guerra”.
Rubio declarou à Fox News que o governo possui “100% de certeza” sobre o envolvimento da embarcação com o tráfico de drogas. “Alguns desses barcos precisam ser destruídos”, afirmou, classificando Maduro como “ameaça direta” à segurança dos EUA.
A tensão cresce desde 2 de setembro, quando um primeiro bote venezuelano foi alvo da Marinha norte-americana, resultando em 11 mortos. Especialistas ouvidos pela BBC questionam a legalidade das ações, que ocorreram fora das águas territoriais venezuelanas e podem contrariar o direito marítimo internacional.
Em resposta ao ataque inicial, Caracas enviou caças F-16 para sobrevoar um destróier dos EUA dois dias depois, gesto que levou Trump a ameaçar abater qualquer avião que colocasse militares norte-americanos “em situação de perigo”. No sábado (7), o chanceler venezuelano Yván Gil denunciou a apreensão “ilegal e hostil” de um barco de pesca pelo mesmo grupo naval dos EUA durante oito horas.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e outros países não reconhecem a reeleição de Maduro, concluída em julho de 2024, alegando fraude e apontando vitória do opositor Edmundo González. Washington também oferece recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do líder venezuelano, acusado de comandar o “Cartel dos Sóis”. Maduro rejeita as acusações e afirma que a Casa Branca pretende derrubá-lo em uma “manobra imperialista”.
Imagem: Internet
Até o momento, o tráfego marítimo na região teria diminuído, segundo Trump, desde o primeiro ataque. Questionado se haveria ofensivas contra território continental da Venezuela, o presidente respondera: “Veremos o que acontece”.
Os desdobramentos desse confronto no Caribe serão decisivos para a política externa dos dois países e para a legalidade das operações contra o narcotráfico em alto-mar.
Para acompanhar outras atualizações sobre conflitos internacionais, visite a seção Notícias Gerais e fique por dentro dos acontecimentos que impactam o cenário global.
Crédito da imagem: Venezuela Ministry of Information
