Ethereum lidera lista de 7 criptomoedas recomendadas para setembro

Uma compilação de dez casas de análise e corretoras apontou sete criptomoedas como as mais indicadas para setembro. O levantamento considerou apenas os ativos sugeridos por, pelo menos, duas instituições.

Desempenho recente reforça procura por alternativas ao Bitcoin

Em agosto, o Bitcoin recuou 6,49 %, enquanto várias altcoins registaram ganhos superiores a 40 %. O movimento reavivou o debate sobre uma eventual “altseason” — período em que os ativos alternativos superam a principal criptomoeda em capitalização de mercado.

Segundo Theodoro Fleury, diretor de investimentos da QR Asset, a dinâmica observada nos últimos dois meses é típica de fases em que os investidores procuram retorno fora do BTC, com o Ethereum a assumir a liderança desse fluxo.

Ethereum concentra nove das dez recomendações

O Ethereum (ETH) surgiu como o ativo mais citado, com nove recomendações e valorização acumulada de 26 % nos 30 dias anteriores ao levantamento. Rony Szuster, responsável de research do Mercado Bitcoin, atribui o interesse institucional ao avanço dos fundos negociados em bolsa (ETFs) de ETH à vista, que captaram 9,1 mil milhões de dólares em julho e agosto. O executivo destaca ainda a adoção da moeda por empresas que passaram a mantê-la em tesouraria, num movimento anteriormente restrito ao Bitcoin.

Solana e Bitcoin partilham o segundo lugar

Solana (SOL) e Bitcoin (BTC) foram lembrados em sete carteiras cada. A Solana registou subida de 25 % no último mês, impulsionada pela aprovação da lei das stablecoins nos Estados Unidos. Valter Rebelo, analista da Empiricus, sublinha que a expectativa de lançamento de ETFs de SOL ainda este ano e a entrada de empresas cotadas na acumulação do token sustentam o otimismo.

O Bitcoin, apesar da correção de agosto, mantém estatuto de reserva de valor, segundo Guilherme Fais, diretor financeiro da NovaDAX. As projeções citadas pelo especialista apontam para intervalos entre 130.000 e 200.000 dólares no longo prazo, razão pela qual sugere a permanência do ativo nas carteiras.

Chainlink ganha força com soluções de interoperabilidade

Com quatro recomendações, o Chainlink (LINK) valorizou 44 % no período analisado. Marcelo Person, responsável de tesouraria cripto na Foxbit, refere que o protocolo de interoperabilidade CCIP, que permite transferências de tokens entre diferentes blockchains, reforça a relevância do projeto. O Bureau of Economic Analysis dos EUA já utiliza o Chainlink para divulgação de indicadores como PIB e PCE, facto que, segundo Person, consolida a posição do token como ponte entre o mercado tradicional e o universo descentralizado.

Hyperliquid, Cosmos e XRP fecham a lista

O token Hyperliquid (HYPE) reuniu três recomendações e avançou 20 % em 30 dias. Francis Wagner, da Hurst Capital, atribui a procura ao volume recorde de 3,4 mil milhões de dólares negociados em 24 horas na bolsa descentralizada que suporta o ativo, bem como às taxas de staking em torno de 20 % ao ano.

Imagem: Internet

Cosmos (ATOM) e XRP foram citados por duas instituições cada. O ATOM apresentou ganho de 9 % e, de acordo com Sarah Uska, analista do Bitybank, mostrou sinais técnicos de reversão após forte correção, beneficiando-se do crescimento do ecossistema modular. Já o XRP recuou 3,45 %, mas Gabriel Alves, vice-presidente de produto da Bitso, observa que os contratos futuros na CME ultrapassaram mil milhões de dólares em open interest, o crescimento mais rápido já registado para um novo contrato na plataforma. O analista vê potencial de curto prazo para o token caso confirme a formação gráfica de bull flag com alvos em 3,20 dólares.

Tabela de recomendações e performance

Recomendações mínimas (2)

Ethereum (ETH): 9 recomendações | +26 % em 30 dias
Solana (SOL): 7 recomendações | +25 %
Bitcoin (BTC): 7 recomendações | −4 %
Chainlink (LINK): 4 recomendações | +44 %
Hyperliquid (HYPE): 3 recomendações | +20 %
Cosmos (ATOM): 2 recomendações | +9 %
XRP (XRP): 2 recomendações | −3,45 %

Regulação e liquidez orientam as escolhas

Os analistas consultados convergem na avaliação de que maior clareza regulatória nos Estados Unidos e a entrada de capital institucional contribuem para o interesse em ativos além do Bitcoin. A implementação de ETFs de ETH e a possível aprovação de veículos semelhantes para Solana são apontadas como catalisadores adicionais. Em paralelo, projetos focados em interoperabilidade e aplicações financeiras descentralizadas, casos de Chainlink e Hyperliquid, beneficiam-se da procura por soluções que liguem o mercado tradicional ao ecossistema cripto.

Embora o cenário macroeconómico continue marcado por volatilidade, as sete criptomoedas destacadas reúnem fatores de adoção, liquidez ou inovação que justificam a presença em diferentes carteiras de investimento para o mês de setembro.