Estrela fracassada revela silano raro e intriga Júpiter

Estrela fracassada revela silano raro e intriga Júpiter

Estrela fracassada revela silano raro e intriga Júpiter. Astrônomos analisaram a anã marrom apelidada de “O Acidente” com o Telescópio Espacial James Webb (JWST) e encontraram silano, molécula que há décadas escapa às sondagens de Júpiter e Saturno.

O objeto, situado a 50 anos-luz, integra a categoria de estrelas fracassadas — corpos com massa insuficiente para iniciar a fusão de hidrogênio, permanecendo entre planetas gigantes e estrelas comuns. Estima-se que “O Acidente” tenha de 10 a 12 bilhões de anos, estatisticamente uma das anãs marrons mais antigas já catalogadas.

Estrela fracassada revela silano raro e intriga Júpiter

A equipe liderada pela pesquisadora Jacqueline Faherty, do Museu Americano de História Natural, utilizou a sensibilidade infravermelha do JWST para dissecar a atmosfera da anã marrom. O espectro revelou a assinatura de silanos — ligações entre silício e hidrogênio — que nunca haviam sido confirmadas em corpos do Sistema Solar, apesar de buscas iniciadas em 1953.

Segundo o coautor Peter Eisenhardt, cientista da NASA, o silício em Júpiter e Saturno provavelmente se combina com oxigênio e afunda em camadas profundas, tornando o composto invisível a instrumentos convencionais. Já “O Acidente” teria se formado em uma época primordial, quando o Universo continha menos oxigênio livre, favorecendo a união do silício com hidrogênio.

O achado não indica possibilidade de vida em anãs marrons, mas cria um “laboratório” natural para refinar técnicas de análise atmosférica que um dia serão aplicadas a exoplanetas rochosos. “Estudar essa complexidade agora prepara futuros cientistas para decifrar mundos potencialmente semelhantes à Terra”, observou Faherty.

A descoberta, publicada na revista Nature, também reforça o valor de programas de ciência cidadã. “O Acidente” foi identificado em 2020 pelo voluntário Dan Caselden no projeto Backyard Worlds: Planet 9, que analisava dados do telescópio NEOWISE.

Para os pesquisadores, o próximo passo é comparar a assinatura de silano em outras anãs marrons e ampliar modelos que expliquem a química interna dos gigantes gasosos. Cada nova medição pode aproximar a resposta ao enigma secular sobre a composição de Júpiter.

Quer saber mais sobre descobertas espaciais e suas conexões com a tecnologia? Acesse a editoria de inovação da Magazine Notícias em Tecnologia e Inovação e continue explorando o universo com a gente!

Crédito da imagem: Planetkid32 / Wikimedia Commons

Posts Similares

Deixe uma resposta