Emmett Till: EUA divulgam arquivos de investigação histórica
Emmett Till: EUA divulgam arquivos de investigação histórica
Emmett Till: EUA divulgam arquivos de investigação histórica abre o lead para a liberação de mais de 6,5 mil páginas de documentos federais sobre o assassinato do adolescente negro em 1955, marco que completa 70 anos em 2025.
Emmett Till: EUA divulgam arquivos de investigação histórica
O National Archives and Records Administration (NARA) anunciou a publicação de milhares de registros que detalham a resposta do governo norte-americano ao linchamento de Emmett Till, de 14 anos, morto no Mississippi após ser acusado por uma mulher branca de assédio em uma mercearia. Segundo o órgão, o conjunto de documentos representa um “momento divisor de águas na história dos Estados Unidos”.
A coleta faz parte do trabalho do Civil Rights Cold Case Records Review Board, criado para revisar casos arquivados de direitos civis. Entre os materiais há relatórios inéditos, correspondências oficiais, recortes de jornais da época e dossiês compilados ao longo de décadas. Para Margaret Burnham, copresidente do conselho, a divulgação oferece “clareza há muito necessária” à família de Till e a pesquisadores.
O crime, ocorrido em 28 de agosto de 1955, chocou o país pela brutalidade: sequestrado, espancado e jogado em um rio, Till teve o caixão aberto por decisão da mãe, Mamie Till-Mobley, expondo a violência racial a todo o país. A repercussão impulsionou o movimento pelos direitos civis e contribuiu para a aprovação da Lei de Direitos Civis de 1957. Em 2022, o Congresso americano aprovou o Emmett Till Anti-Lynching Act, que tipifica o linchamento como crime de ódio federal.
Os assassinos Roy Bryant e J. W. Milam foram absolvidos por um júri exclusivamente branco e, posteriormente, confessaram o delito em entrevista, mas não puderam ser julgados novamente. Todos os envolvidos já faleceram, incluindo Carolyn Bryant, que em 2008 admitiu ter exagerado na acusação contra o jovem.
Imagem: Internet
De acordo com o National Archives, esta é apenas a primeira leva de documentos; novos lotes serão liberados conforme forem revisados. Pesquisadores esperam que os arquivos ajudem a esclarecer falhas investigativas e omissões judiciais que perduraram por sete décadas.
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Crédito da imagem: Getty Images
