Deportação de Kilmar Ábrego García para Uganda é cogitada
Deportação de Kilmar Ábrego García para Uganda é cogitada
Deportação de Kilmar Ábrego García para Uganda é cogitada pelas autoridades dos Estados Unidos menos de 24 horas após a libertação do salvadorenho, que rejeitou um acordo para admitir culpa em troca de envio à Costa Rica, segundo seus advogados.
Deportação de Kilmar Ábrego García para Uganda é cogitada
Os defensores de Ábrego García informam que o governo norte-americano propôs, na quinta-feira (6), que ele se declarasse culpado de tráfico humano. Em troca, seria deportado para a Costa Rica, país que aceitara recebê-lo com status de refugiado, conforme carta anexada ao processo.
Como o réu recusou o trato, o Departamento de Justiça (DOJ), o Departamento de Segurança Interna (DHS) e o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) comunicaram a intenção de expulsá-lo para Uganda, na sexta-feira (7). O salvadorenho não possui ligações conhecidas com o país africano.
Ábrego García já havia sido deportado por engano em março, durante o governo Trump, e foi mantido no presídio de segurança máxima Cecot, em El Salvador. Após reconhecimento de “erro administrativo”, a Justiça dos EUA ordenou seu retorno em junho, quando foi preso no Tennessee sob acusação de integrar esquema de tráfico de pessoas e de suposta ligação com a gangue MS-13 — imputação negada por ele.
Em 28 de junho, um juiz federal determinou que o salvadorenho poderia responder em liberdade, mas a equipe de defesa temia nova remoção imediata caso ele saísse da prisão. Na última sexta-feira, a libertação ocorreu e Ábrego García reuniu-se com familiares em Maryland.
Agora, o réu deverá comparecer ao tribunal de Baltimore nesta segunda-feira (10). Se o juiz acatar o pedido governamental, a deportação para Uganda poderá ser executada em poucos dias. Documentos obtidos pela BBC revelam que Washington mantém acordos bilaterais de deportação com Honduras e Uganda, prevendo restrições a condenados por crimes graves e a menores desacompanhados.
O Ministério das Relações Exteriores ugandês confirmou a parceria, mas ressaltou preferir receber cidadãos de países africanos. “Indivíduos com antecedentes criminais ou menores desacompanhados não serão aceitos”, declarou o secretário permanente Bagiire Vincent Waiswa.

Imagem: Internet
Para os advogados, a ameaça de envio a Uganda visa pressionar Ábrego García a aceitar a culpa em troca de segurança relativa. Eles alegam que, caso seja removido ao país africano, sua liberdade e integridade física ficarão em risco.
O desfecho do caso deve definir o alcance das políticas migratórias firmadas pelos EUA e reacender o debate sobre deportações para terceiros países.
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Crédito da imagem: Reuters