Cristal que respira oxigênio pode revolucionar energia
Cristal que respira oxigênio pode revolucionar energia
Cristal que respira oxigênio pode revolucionar energia é a definição do novo óxido metálico criado por pesquisadores da Universidade Nacional de Pusan, na Coreia do Sul, e da Universidade de Hokkaido, no Japão. O material consegue absorver e liberar oxigênio inúmeras vezes sem perder a estrutura, o que abre caminho para aplicações em geração de energia limpa e dispositivos de controle térmico.
Cristal que respira oxigênio pode revolucionar energia
O composto, descrito na revista científica Nature Communications, é formado por estrôncio, ferro e cobalto. Quando aquecido em atmosfera de oxigênio (O₂), ele “exala” parte do gás; ao resfriar, volta a “inalar” a mesma molécula. Esse ciclo reversível ocorre porque apenas os íons de cobalto se alteram, enquanto o restante da rede cristalina permanece intacto, garantindo resistência e durabilidade superiores às dos materiais existentes com função semelhante.
Segundo o professor Hyoungjeen Jeen, coautor do estudo, é como se o cristal tivesse “pulmões” que podem ser acionados sob demanda. Essa característica elimina a necessidade de condições extremas de pressão ou temperatura, frequentemente exigidas por outros compostos capazes de controlar oxigênio.
A estabilidade mecânica permite empregar o material em células de combustível de óxido sólido, que geram eletricidade a partir de hidrogênio com emissões mínimas. Outra frente é a de transistores térmicos, dispositivos que direcionam calor do mesmo modo que um interruptor controla corrente elétrica, aumentando a eficiência de processadores e sistemas de refrigeração.
O cristal também pode integrar janelas inteligentes que modulam a passagem de calor conforme o clima, reduzindo o consumo de energia em edifícios. Ao manter o desempenho ao longo de inúmeros ciclos, ele supera a fragilidade típica de materiais desse tipo e se torna candidato viável para produtos comerciais.
Para o professor Hiromichi Ohta, a descoberta é “um passo decisivo” rumo a materiais ajustáveis em tempo real, com potencial para revolucionar setores que vão da construção civil à eletrônica de consumo.

Imagem: Kichigin
Com a possibilidade de fabricação em escala e adaptação a condições ambientais moderadas, o cristal que respira oxigênio pode acelerar o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis nos próximos anos. A equipe agora investiga a integração do material em protótipos de dispositivos energéticos e de controle térmico.
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Crédito da imagem: Kichigin / Shutterstock