Cratera na Marginal Tietê mantém bloqueios e lentidão; obras não têm previsão de término

Cratera na Marginal Tietê mantém bloqueios e lentidão; obras não têm previsão de término

A reabertura de uma cratera na pista central da Marginal do Tietê, sentido Rodovia Castello Branco, em São Paulo, ocorrida em maio, continua provocando interdições e reflexos expressivos no trânsito das zonas oeste e norte da capital. O problema, ligado a falhas no sistema de esgoto, motivou uma operação conjunta da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que, por ora, não dispõe de prazo para conclusão.

Desde o desmoronamento, o acesso da pista local para a central permanece totalmente fechado nas proximidades da Ponte Atílio Fontana. Para permitir a circulação dos veículos, foram construídas duas faixas provisórias no mesmo ponto. Embora ajudem a reduzir o impacto, essas alças emergenciais também podem ser bloqueadas sempre que a Sabesp realiza etapas delicadas do serviço subterrâneo. O fechamento mais recente ocorreu em 31 de julho e, segundo a CET, situações semelhantes são programadas para período noturno ou madrugada, quando o fluxo é menor.

Ainda que as faixas temporárias estejam liberadas, o tráfego segue lento em diversos horários. Na manhã de sexta-feira, 1.º, a lentidão teve início nas imediações da Ponte da Comunidade Húngara e se prolongou por cerca de 12 minutos até o trecho voltar a fluir. Comerciantes e moradores relatam aumento relevante no tempo de deslocamento, sobretudo nos picos matutino e vespertino. A CET afirma não dispor de estudos específicos sobre o efeito das obras na malha viária, mas monitora o local com agentes e painéis eletrônicos.

O cenário atual é consequência direta do primeiro surgimento da cratera, registrado em abril, a aproximadamente 400 metros da Ponte Atílio Fontana, perto da saída para a Rodovia Anhanguera. Na ocasião, o asfalto cedeu devido a infiltração associada a sobrecarga nas redes de esgoto, atribuída às chuvas fortes que atingiram a zona norte naquele período. A via ficou bloqueada por cinco dias, tempo necessário para um reparo emergencial. O trânsito foi retomado, porém, em 11 de maio, o buraco se abriu novamente no mesmo ponto.

Desde então, a Sabesp conduz cinco frentes de trabalho destinadas a retirar o esgoto do interceptor situado junto à ponte antes de iniciar os consertos definitivos. O interceptor, instalado a 18 metros de profundidade — equivalente a um edifício de seis andares —, recebe e transporta o esgoto coletado em tubulações menores até a Estação de Tratamento de Barueri. Para viabilizar o bombeamento, tubulações e bombas provisórias foram implantadas na margem oposta do Rio Tietê, nas pontes da Casa Verde e da Freguesia do Ó, operação iniciada no mês passado.

Estrutura similar está em implantação na Ponte do Piqueri, com entrada em funcionamento prevista para a segunda quinzena de agosto. A retirada total de efluentes do trecho danificado é condição indispensável para que equipes técnicas executem inspeções internas e reparos nas adutoras comprometidas. Assim que o interceptor estiver seco e isolado, terá início a reconstrução das galerias e do pavimento na superfície. Uma vistoria ainda determinará com precisão as causas que provocaram o segundo colapso.

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Imagem: terra.com.br

Enquanto a solução definitiva não chega, motoristas enfrentam rotas alternativas para acessar a Castello Branco ou a Marginal Pinheiros. Uma das opções recomendadas é contornar pela região da Lapa, utilizando Ponte da Freguesia do Ó, Avenida Ermano Marchetti, Rua Nossa Senhora da Lapa, Rua Pio XI, Avenida Cerro Corá, Avenida Queiroz Filho e Ponte do Jaguaré. Outra possibilidade envolve a Ligação Leste–Oeste e o chamado Minianel Viário, facilitando o deslocamento para a Marginal Pinheiros e bairros da zona sul.

A Sabesp informa que as interdições são acordadas previamente com a CET, que define sinalização, bloqueios e equipes de apoio. O objetivo é minimizar os congestionamentos e garantir segurança a motoristas e trabalhadores da obra. Ainda assim, a extensão dos gargalos varia conforme o horário e o volume de veículos. Na maior parte do dia, a lentidão se propaga para a pista local da Marginal Tietê e alcança vias internas dos bairros adjacentes.

Sem previsão de término dos serviços ou de reabertura integral da pista central, a recomendação aos condutores é planejar o trajeto, acompanhar informes em tempo real e priorizar caminhos alternativos sempre que possível. Até que o interceptor seja reparado e o pavimento reconstruído, bloqueios pontuais devem continuar a ocorrer, mantendo a região sob monitoramento constante dos órgãos de trânsito.

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