Corte de juros nos EUA ganha força antes de Jackson Hole

Corte de juros nos EUA ganha força antes de Jackson Hole

Corte de juros nos EUA ganha força antes de Jackson Hole

Corte de juros nos EUA ganha força antes de Jackson Hole e o mercado global monitora cada palavra que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pronunciar no simpósio de política monetária entre 21 e 23 de agosto em Wyoming. Futuras de juros negociadas no CME apontam probabilidade superior a 90% de redução de 0,25 ponto percentual na reunião de 17 de setembro, com apostas adicionais para cortes em outubro e dezembro.

Dados fracos sustentam aposta em afrouxamento

Indicadores recentes mostram desaceleração nos principais motores da economia norte-americana. Consumo das famílias e investimento privado perderam fôlego, enquanto o mercado de trabalho gerou menos vagas em julho, reabrindo a discussão sobre a necessidade de estímulo. Embora a inflação ao consumidor tenha avançado 0,20% no mês e 2,70% em 12 meses – acima da meta de 2% – o núcleo recuou para 3,10%, movimento que reforça o argumento de afrouxar a política monetária.

Para Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, a conjuntura lembra 2024, quando Powell sinalizou cortes que vieram na sequência. “Caso o payroll de agosto decepcione, um ajuste de 0,50 ponto em setembro não pode ser descartado”, diz ele. A possibilidade não está precificada e, se confirmada, pode catalisar forte reprecificação de ativos, sobretudo em câmbio e renda fixa.

Dólar mais fraco agrada emergentes

Com a expectativa de juros mais baixos, o dólar já acumula queda de quase 10% ante uma cesta de moedas fortes em 2025. No Brasil, a valorização de cerca de 12% do real serve de amortecedor à inflação em queda, abrindo espaço para o Banco Central acelerar seu próprio ciclo de cortes.

O simpósio de Jackson Hole, organizado anualmente pelo Fed de Kansas City desde os anos 1970, terá como tema “Mercados de Trabalho em Transição” e marcará a despedida de Powell como anfitrião. Analistas esperam que o chairman equilibre sinais de cautela com o reconhecimento de que a economia perdeu tração, contexto que, segundo reportagem da Reuters, aumenta a pressão política da Casa Branca por alívio monetário.

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Imagem: neofeed.com.br

Consequências globais

Qualquer indicação de Powell sobre o ritmo ou a magnitude dos cortes deve impactar imediatamente bolsas, commodities e curvas de juros ao redor do planeta. Se o Fed optar por um tom mais duro, projeções de reduções sequenciais podem ser revistas, mas a maioria dos economistas avalia que, diante da combinação de atividade fraca e inflação estável, a flexibilização é questão de tempo.

Quer acompanhar como a decisão do Fed influencia o Brasil? Leia outras análises em nossa editoria de Economia e Negócios e fique por dentro dos próximos desdobramentos.

Crédito da imagem: Angela Bittencourt

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