Combustível sustentável de aviação: Acelen avança no SAF
Combustível sustentável de aviação: Acelen avança no SAF
Combustível sustentável de aviação: Acelen avança no SAF inaugura novo capítulo no setor brasileiro com a abertura do Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial (Agripark), em Montes Claros (MG).
Investimento bilionário e foco na macaúba
A Acelen Renováveis, controlada pelo fundo Mubadala, destinou parte dos US$ 3 bilhões previstos para sua primeira unidade integrada de biocombustíveis à construção do Agripark. O centro pesquisa genética, cultiva e processa a macaúba, palmeira adaptada ao semiárido que promete gerar até 5 000 litros de combustível sustentável de aviação por hectare, dez vezes mais que a soja.
Com capacidade para germinar 1,7 milhão de sementes e produzir 10,5 milhões de mudas ao ano, o Agripark deve viabilizar 1 bilhão de litros de SAF e diesel verde (HVO) a partir de 2028. Dos 180 mil hectares previstos para plantio em Minas Gerais e Bahia, 20% serão operados em parceria com agricultura familiar.
Mercado global pressiona custos
Apesar do otimismo da Acelen, vários projetos de SAF no Brasil foram revistos após a euforia inicial. Consultorias apontam que produzir SAF custa, em média, quatro vezes mais que o querosene tradicional. A exceção é a macaúba, cujo custo fica 60% acima do fóssil, diferença considerada menor e, portanto, atrativa.
O cenário global também influencia. Segundo a Organização da Aviação Civil Internacional, apenas 0,3% do combustível usado pela aviação mundial tem origem sustentável, mas normas que elevam gradualmente essa participação a partir de 2027 pressionam a cadeia a buscar soluções viáveis.
Contratos fechados garantem demanda
Para reduzir riscos, a Acelen firmou contratos de cinco a sete anos que já cobrem 80% da futura produção. Caso a refinaria de São Francisco do Conde (BA) atinja as metas, outras cinco plantas poderão ser erguidas. Enquanto isso, concorrentes como Petrobras e Be8 priorizam biodiesel e etanol, postergando grandes unidades de SAF até que o mercado amadureça.

Imagem: Internet
No médio prazo, analistas projetam que o combustível sustentável de aviação movimente US$ 400 bilhões ao ano no mundo, dos quais US$ 30 bilhões no Brasil. A disputa por participação deve ganhar ritmo conforme metas ambientais e incentivos fiscais se consolidem.
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Crédito da imagem: NeoFeed