Chloe Malle assume direção editorial da Vogue EUA após saída de Anna Wintour

Chloe Malle assume direção editorial da Vogue EUA após saída de Anna Wintour

Chloe Malle foi escolhida para liderar a edição norte-americana da Vogue, sucedendo a Anna Wintour, que deixa o cargo de editora-chefe após 37 anos. A nomeação, anunciada pela revista, marca a primeira mudança de liderança no título de referência da moda desde 1988.

Trajetória de 14 anos dentro da publicação

Malle, 39 anos, iniciou colaboração com a revista em 2010 como freelancer e, no ano seguinte, foi contratada como editora social. Ao longo de mais de uma década, passou por várias áreas, tornando-se editora de Vogue.com e apresentadora do podcast “The Run Through”. Este percurso interno foi destacado pela própria profissional, que afirmou ter trabalhado “em todas as plataformas” da marca antes de assumir o novo posto.

A nova diretora foi responsável por organizar conteúdos de grande visibilidade, como a sessão fotográfica do casamento de Naomi Biden na Casa Branca, em 2022, e a entrevista a Lauren Sanchez antes do matrimónio com o presidente executivo da Amazon, Jeff Bezos. Estes projetos contribuíram para consolidar a sua reputação de captar temas de interesse junto do público e das figuras de destaque.

Saída de Anna Wintour e continuidade na Condé Nast

Britânica de nascimento, Anna Wintour, 75 anos, anunciou em junho que abandonaria a chefia editorial da revista que liderou durante quase quatro décadas. Apesar de deixar a direção dos conteúdos da versão norte-americana de Vogue, permanece como chief content officer da Condé Nast, função que exerce desde 2020 e que abrange outros títulos do grupo, como GQ, Wired e Tatler.

Na mensagem que acompanhou a transição, Wintour elogiou a sucessora por equilibrar o legado da publicação com a necessidade de inovação. “Estou entusiasmada por continuar a trabalhar com Chloe, tanto como mentora como aluna, enquanto ela conduz a redação e o público para territórios ainda inexplorados”, declarou.

Formação e percurso anterior

Filha da atriz Candice Bergen e do cineasta francês Louis Malle, Chloe dividiu a infância entre Paris e Los Angeles até à morte do pai, quando tinha dez anos. Antes de ingressar na Vogue, cobriu o setor imobiliário no New York Observer. Numa entrevista de 2013 recordou ter hesitado em candidatar-se à revista por não se considerar “apaixonada por moda”, mas acabou por se deixar “seduzir pela máquina da Vogue”.

Chloe Malle assume direção editorial da Vogue EUA após saída de Anna Wintour - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Aos 25 anos tornou-se colaboradora permanente da publicação, iniciando um percurso ascendente que culmina agora na direção editorial. Além das funções jornalísticas, Malle tem utilizado as redes sociais e o podcast para abordar temas políticos e apoiar causas ligadas ao Partido Democrata, participando, por exemplo, na Marcha das Mulheres em 2017.

Planos e desafios da nova liderança

Ao comentar a nomeação, Malle frisou o objetivo de “dar forma ao futuro da Vogue” preservando a identidade da revista. Embora a data exacta da transferência de responsabilidades não tenha sido divulgada, a nomeação assinala o início de uma nova fase para o título de moda, considerado um dos mais influentes à escala global.

Entre os principais desafios da nova editora estão a expansão digital, a captação de audiências mais jovens e a manutenção de relevância num mercado onde as redes sociais concorrem com as publicações tradicionais. A experiência acumulada em Vogue.com e na produção de conteúdos multimédia coloca Malle em posição de integrar estrategicamente os diversos canais da marca.

A transição será acompanhada de perto pela Condé Nast, que procura equilibrar a herança de Wintour com as exigências de um segmento em rápida transformação. Nesse contexto, a ascensão de Chloe Malle poderá servir de modelo para outras revistas do grupo ao demonstrar como a promoção de talentos internos pode revitalizar marcas históricas sem romper com o seu legado.

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