China e Índia buscam reaproximação em reunião da SCO
China e Índia buscam reaproximação em reunião da SCO
China e Índia buscam reaproximação em reunião da SCO logo após os Estados Unidos elevarem tarifas contra produtos indianos, pressionando Nova Délhi a diversificar alianças.
Pressão externa favorece diálogo sino-indiano
A visita do primeiro-ministro indiano Narendra Modi à China ocorre dias depois de Washington dobrar para 50% as tarifas sobre diamantes, camarões e outros itens indianos, medida que o presidente americano qualificou como “punição” pela continuidade das compras de petróleo russo por Nova Délhi. Analistas veem o gesto como um incentivo para que a Índia se aproxime de Pequim, cujo líder Xi Jinping também lida com taxas norte-americanas que ameaçam desacelerar a segunda maior economia do planeta.
Economias gigantes, relação frágil
Juntas, China e Índia somam mais de 3 bilhões de habitantes e ocupam, respectivamente, o segundo e o quinto lugares no ranking econômico global. Projeções do Fundo Monetário Internacional indicam que a Índia, hoje com crescimento acima de 6% ao ano, poderá assumir a terceira posição em 2028. Mesmo assim, disputas territoriais deflagradas em 2020 no vale de Galwan e a proibição de mais de 200 aplicativos chineses mantêm o clima de desconfiança entre os vizinhos.
Possíveis “ganhos fáceis” na SCO
Durante a cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO), retomada de voos diretos, facilitação de vistos e acordos setoriais estão na mesa. Economistas como Priyanka Kishore avaliam que Pequim pode oferecer redução de tarifas sobre insumos industriais, enquanto Nova Délhi sinaliza abertura limitada a investimentos em manufatura de eletrônicos, área em que busca se consolidar.
Sinal a Washington e ao Sul Global
Para especialistas do Chatham House, o encontro reforça a narrativa multipolar defendida por ambos os países e envia recado direto aos Estados Unidos de que a Índia possui alternativas. A China, por sua vez, exibe união do Sul Global em meio à guerra tarifária com Washington.
Imagem: Internet
No curto prazo, poucos esperam uma solução definitiva para a fronteira ou para temas sensíveis como Tibete e compartilhamento de recursos hídricos. Ainda assim, o simples reinício de diálogo é visto como passo importante para a estabilidade da Ásia.
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Crédito da imagem: Getty Images
