Cerveja sem álcool cresce entre jovens na Alemanha
Cerveja sem álcool cresce entre jovens na Alemanha
Cerveja sem álcool cresce entre jovens na Alemanha e impulsiona o mercado, mesmo com as vendas de lager tradicional no menor patamar em três décadas, segundo dados oficiais.
Queda histórica na venda de cerveja tradicional
O Destatis, escritório federal de estatísticas, informou que, no primeiro semestre de 2025, os alemães compraram cerca de 3,9 bilhões de litros de cerveja, volume 6,3% menor que no mesmo período do ano anterior e o primeiro a ficar abaixo da marca de 4 bilhões desde o início da série histórica, há mais de 30 anos.
Ao todo, 262 milhões de litros de lager deixaram de ser consumidos em comparação com 2024. Especialistas apontam mudança de hábitos, envelhecimento da população e maior preocupação com a saúde como fatores determinantes.
Expansão de 109% das versões sem álcool
Enquanto o mercado geral encolhe, as variações sem álcool ganham força: as vendas dessas bebidas subiram 109% desde 2013. Hoje, representam fatia cada vez mais relevante nas prateleiras e nos copos, especialmente entre consumidores de até 30 anos.
Na tradicional cervejaria Erdinger, fundada em 1886 nos arredores de Munique, cerca de 25% da produção já é dedicada a rótulos 0,0%. O executivo-chefe, Stefan Kreisz, reconhece o desafio de dialogar com novos públicos: “Precisamos tornar a cerveja, mesmo a sem álcool, atraente para os jovens e compreender como eles socializam”, afirmou.
Consumo consciente nos bares
No bar Café Kosmos, em Munique, o barman Louis von Tucher observa clientes mais atentos ao próprio consumo. “Nos anos 2000, sugerir um copo d’água era quase ofensivo; hoje, muitos alternam bebidas alcoólicas e não alcoólicas”, relatou. Ainda assim, a diferença de volume permanece grande: em uma noite típica, o estabelecimento vende de 150 a 500 litros de cerveja convencional, contra apenas 20 litros da versão sem álcool.

Imagem: Internet
Tradição persiste em festivais bávaros
Em Bamberg, norte da Baviera, a Sandkerwa — festa popular de cinco dias — continua lotando ruas medievais com barris, músicos e turistas. Pascal, morador local, duvida da queda de consumo na região: “As pessoas vêm pelo chope e pela celebração”, disse. A estudante Magdalena complementa: “Bebemos menos no dia a dia, mas ainda é a Alemanha, ainda é a Baviera”.
Com a combinação de tradição e mudança de hábitos, o mercado alemão indica que a cerveja sem álcool deve continuar em expansão, enquanto produtores buscam equilibrar portfólios para atender diferentes perfis de consumidores.
Para entender como outras bebidas se reinventam diante de novas preferências, leia também nosso conteúdo sobre tendências no setor de alimentos e bebidas e acompanhe a editoria de Economia & Negócios.
Crédito da imagem: BBC News