Cerveja com inteligência artificial revoluciona receitas

Cerveja com inteligência artificial revoluciona receitas

Cerveja com inteligência artificial revoluciona receitas

Cerveja com inteligência artificial revoluciona receitas abre uma nova fase para a indústria cervejeira, que recorre a algoritmos para criar, ajustar e testar sabores de forma veloz e precisa.

Cerveja com inteligência artificial revoluciona receitas

A primeira incursão comercial ocorreu em 2016, quando a britânica IntelligentX lançou rótulos moldados pelo algoritmo Automated Brewing Intelligence (ABI), capaz de refinar receitas a partir do feedback de consumidores. Sete anos depois, a alemã Beck’s comemorou 150 anos lançando a “Beck’s Autonomous”, desenvolvida integralmente por inteligência artificial, movimento que consolidou a tendência.

A lista de pioneiras inclui ainda a dinamarquesa Carlsberg, que em 2018 recorreu à IA para prever perfis de sabor, e a mineira Prussia Bier, que em 2023 utilizou o ChatGPT para formular uma Black IPA e o Midjourney para criar o rótulo. No Reino Unido, a St. Austell Brewery apresentou, no mesmo ano, a IPA “Hand Brewed by Robots”, enquanto a japonesa Coedo Brewery analisou preferências de diferentes faixas etárias antes de lançar quatro rótulos artesanais.

Especialistas veem ganhos que vão além do paladar. Ferramentas de aprendizado de máquina aceleram testes, ajustam níveis de lúpulo, acidez e álcool, além de apoiarem logística e controle de qualidade. Para Prinz Pinakatt, executivo da Tilray Brands, a IA abre caminhos para combinações impensáveis: “passamos a acessar receitas que nunca imaginaríamos sozinho”. A afirmação ecoa o caso da Species X Beer Project, nos Estados Unidos, onde a mistura de malte Maris Otter com xarope de candi belga, sugerida por um modelo de IA, resultou em uma lager elogiada pelos clientes.

A aplicação acadêmica também avança. Pesquisadores da KU Leuven, na Bélgica, treinaram algoritmos com a composição química de 250 cervejas para compreender o impacto de compostos aromáticos no sabor percebido pelos consumidores. Segundo o engenheiro Kevin Verstrepen, o estudo ajuda a “decifrar a complexa relação entre química, sabor e aprovação do público”.

A adoção da tecnologia, contudo, não ameaça o caráter artesanal, avaliam mestres-cervejeiros. A tendência aponta para uma parceria em que algoritmos sugerem e humanos afinam, balanceando inovação e tradição. Reportagem da revista The Economist destaca que, apesar dos avanços, a percepção de autenticidade continua central para a experiência do consumidor.

Com cada vez mais rótulos testados por computadores e aprimorados por mestres-cervejeiros, a “gelada do futuro” pode chegar à prateleira com menor custo de pesquisa e sabor personalizado ao gosto de nichos específicos.

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Crédito da imagem: Divulgação/AB InBev

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