Aviões russos invadem espaço aéreo da Estônia, diz Otan
Aviões russos invadem espaço aéreo da Estônia na mais recente tensão entre Moscou e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Três caças MiG-31 cruzaram a fronteira estoniana sobre o Golfo da Finlândia, permaneceram 12 minutos sem plano de voo e foram escoltados para fora da área, informou a aliança militar nesta segunda-feira (15).
O Ministério das Relações Exteriores da Estônia classificou a incursão como “descarada” e convocou o encarregado de negócios russo para protestar formalmente. Segundo o governo, os jatos voaram sem transponder ligado e sem contato com o controle de tráfego aéreo, configurando violação direta da soberania de um Estado-membro da Otan.
Aviões russos invadem espaço aéreo da Estônia, diz Otan
De acordo com a porta-voz da Otan, Allison Hart, aviões finlandeses foram os primeiros a identificar os MiG-31. Em seguida, caças F-35 italianos, que integram a missão Baltic Air Policing, realizaram a interceptação. “Trata-se de mais um exemplo do comportamento imprudente da Rússia e da capacidade da Otan de responder imediatamente”, afirmou Hart em nota divulgada pelo quartel-general da aliança.
O primeiro-ministro estoniano, Kristen Michal, anunciou que solicitará consultas do Artigo 4 do tratado da Otan, mecanismo que reúne os 32 países aliados para avaliar ameaças à integridade territorial de um membro. Desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022, Estônia, Polônia e Romênia relatam violações recorrentes por aeronaves e drones russos.
Para o ministro da Defesa estoniano, Hanno Pevkur, a permanência dos jatos por 12 minutos em território soberano é “sem precedentes”. Ele defendeu o “reforço imediato” da defesa aérea no flanco leste da aliança. Dados oficiais indicam que esta foi a quinta violação russa ao espaço aéreo estoniano em 2025.
Declarações semelhantes vieram da União Europeia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco “responderá a cada provocação com determinação, enquanto investe em um flanco oriental mais forte”.
A Rússia não comentou o episódio até o momento. Em incidentes recentes ocorridos na Polônia e na Romênia, Moscou atribuiu as invasões de drones a falhas de navegação, tese rebatida pelas autoridades locais.

Imagem: Internet
Analistas militares ouvidos por veículos europeus avaliam que as incursões de Moscou testam a velocidade de resposta da Otan e buscam fragilizar a percepção de segurança coletiva, sobretudo nos países bálticos.
Em nota conjunta, Finlândia e Itália reconheceram a “coordenação eficiente” do sistema de vigilância aérea aliado. Novas patrulhas foram agendadas “para garantir que o espaço aéreo da região permaneça inviolável”.
Incidentes anteriores levaram a Otan a deslocar aeronaves britânicas, francesas, alemãs e dinamarquesas para missões de defesa aérea na Polônia e nos Estados Bálticos, medida que deve ganhar intensidade após o pedido estoniano de consultas.
Resumo: caças russos violaram novamente o espaço aéreo estoniano, foram escoltados pela Otan e o governo de Tallinn acionou o Artigo 4. Acompanhe outras atualizações sobre segurança europeia em nossa cobertura especial.
Crédito da imagem: BBC