Ataque hacker à Sinqia desvia R$ 710 mi e atinge Artta
Ataque hacker à Sinqia desvia R$ 710 mi e atinge Artta. A invasão, registrada em 29 de agosto, permitiu que criminosos transferissem via Pix um total estimado de R$ 710 milhões das contas da fintech Artta e do banco HSBC, ambos conectados aos sistemas da provedora de tecnologia Sinqia.
Segundo o CEO da Artta, Marcelo Francisco, a companhia de Curitiba identificou os primeiros rumores na tarde daquela sexta-feira e, por precaução, bloqueou imediatamente seus saldos. Horas depois, o Banco Central (BC) desligou a Sinqia do Sistema Financeiro Nacional, interrompendo a operação de todas as empresas plugadas em seu ambiente.
Ataque hacker à Sinqia desvia R$ 710 mi e atinge Artta
O diagnóstico inicial mostrou que R$ 40 milhões haviam sido subtraídos da Artta. Já no fim de semana, cerca de 50% desse valor foi bloqueado com ajuda de instituições parceiras. Duas semanas após o incidente, o índice de recuperação chegou a 83%. Francisco acredita ser possível atingir, no máximo, 90%, dado que parte dos recursos foi pulverizada em pequenas transações, muitas delas direcionadas para criptomoedas, o que dificulta o rastreamento.
Até o momento, a fintech planeja absorver o prejuízo restante com capital próprio, mas prevê uma negociação “de cavalheiros” com a Sinqia e o HSBC. O executivo ressalta que a Sinqia continua sendo “o maior player do mercado” e que o episódio não abalou a relação comercial.
Paralelamente, o Banco Central instaurou procedimentos para apurar a invasão e impôs novas exigências às prestadoras de serviços de tecnologia da informação (PSTIs), incluindo limite de R$ 15 mil para transações via Pix e TED em instituições não autorizadas a operar diretamente. Para Francisco, as medidas são “cirúrgicas” e tendem a fortalecer o ecossistema financeiro.
Mesmo com parte dos serviços ainda em restabelecimento — o Pix deve voltar integralmente até 17 de setembro — a Artta afirma não ter perdido clientes e estuda antecipar seu roadmap regulatório, passando de Sociedade de Crédito Direto para Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI).

Imagem: Internet
Detalhes adicionais sobre as novas regras podem ser consultados no site do Banco Central, que acompanha a investigação do caso.
Quer saber como outras empresas estão reforçando a segurança digital? Leia mais na editoria de Tecnologia e Inovação e fique por dentro das próximas atualizações.
Imagem: Divulgação