Asteroide Ryugu revela pistas sobre a origem da Terra

Asteroide Ryugu revela pistas sobre a origem da Terra

Asteroide Ryugu revela pistas sobre a origem da Terra

Asteroide Ryugu revela pistas sobre a origem da Terra ao apresentar minerais formados bilhões de anos antes do nosso planeta, conforme indica uma nova análise de grãos coletados pela sonda japonesa Hayabusa2.

Asteroide Ryugu revela pistas sobre a origem da Terra

A investigação, conduzida por cientistas da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) e do Laboratório Nacional Brookhaven, examinou amostras obtidas entre 2014 e 2019. Os pesquisadores recorreram à microtomografia e à microespectroscopia de raios X na Fonte Nacional de Luz Síncrotron II, nos Estados Unidos, para mapear a distribuição de elementos como selênio, manganês, ferro, fósforo e cálcio.

Os resultados indicam que o Ryugu contém compostos formados há cerca de 4,7 bilhões de anos, período anterior ao surgimento da Terra. Entre eles estão a dolomita e a ankerita, ricas em manganês, a pirrotita e a magnetita, portadoras de ferro, e ainda hidroxiapatita – mineral presente em ossos humanos – além de um raro fosfeto ausente em rochas terrestres.

Segundo os autores, o asteroide teria se originado nas regiões externas e frias do Sistema Solar como parte de um corpo protoplanetário maior, composto por gelo de água e de dióxido de carbono. O aquecimento até 100 °C teria derretido esses gelos, permitindo que fluidos químicos alterassem os minerais primitivos e gerassem moléculas orgânicas complexas, incluindo aminoácidos essenciais à vida.

Comparação com Bennu e próximos passos

Agora, a equipe pretende comparar as amostras de Ryugu com material trazido em 2023 pela missão OSIRIS-REx, da NASA, após coletar grãos do asteroide Bennu. A expectativa é reconstruir, em detalhe, os processos que distribuíram água e compostos orgânicos pelos planetas interiores.

Como a crosta terrestre recicla continuamente suas rochas, poucos vestígios da química primordial permanecem preservados aqui. Asteroides carbonáceos, intocados por bilhões de anos, funcionam como cápsulas do tempo que podem esclarecer a formação do Sistema Solar e a origem dos ingredientes básicos da vida.

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Crédito da imagem: Brookhaven Laboratory/Divulgação

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