Antropólogo do luxo revela a verdadeira cara da riqueza

Antropólogo do luxo revela a verdadeira cara da riqueza

Antropólogo do luxo revela a verdadeira cara da riqueza

Antropólogo do luxo Michel Alcoforado lança o livro “Coisa de rico – A vida dos endinheirados brasileiros”, obra que desvenda como milionários do País constroem, mantêm e exibem status social.

Pesquisa imersiva entre 85 milionários

Ao longo de 15 anos, Alcoforado conviveu com 85 pessoas do 1% mais rico, frequentou mansões em Dubai, Paris e Fazenda Boa Vista e atuou como consultor para parte desse grupo. O esforço resultou em 250 páginas que mesclam humor e análise antropológica, publicadas pela Editora Todavia.

O autor narra o episódio que desencadeou o estudo: um casal brasileiro abordado pela imigração em Miami viajava sem bagagem para “comprar tudo do zero”, inclusive escovas de dente. Com US$ 9,5 mil em espécie e seis cartões black, o par foi liberado após interrogatório, mas ainda enfrentou o constrangimento de não conseguir alugar o Porsche reservado.

Códigos que definem a “cara da riqueza”

Segundo Alcoforado, não basta ter dinheiro; é preciso dominar códigos de convivência que separam quem “pertence” e quem fica de fora. Entre eles estão parecer sempre ocupado, chamar celebridades pelo primeiro nome, citar valores milionários e demonstrar prontidão para viagens de última hora, como a Semana de Moda em Paris.

A ostentação varia conforme a origem da fortuna. Novos ricos preferem grifes ostensivas para sinalizar ascensão, enquanto famílias tradicionais escolhem símbolos discretos, reconhecíveis apenas por pares. Essa disputa permeia bairros, arquitetura, destinos de férias e até a forma de decorar mesas com coffee table books comprados por metro.

O fenômeno, explica o pesquisador, reflete uma sociedade ansiosa por erguer fronteiras internas. “O que faz um rico ser rico é a capacidade de manter quem ele considera não rico longe”, afirma. A constatação ecoa estudos internacionais sobre consumo conspícuo, como os descritos pela BBC.

Humor como ferramenta de crítica social

Alcoforado adota tom mordaz para evitar tanto o deslumbramento quanto a denúncia panfletária. “Meu foco não são indivíduos específicos, mas o modelo de sociedade que naturaliza diferenças extremas”, diz. Apesar da proximidade com seus personagens, o antropólogo revela que nenhum deles se reconhece como rico; todos acreditam que o livro descreve “o outro”.

Para saber como consumo e status também impactam o mercado financeiro, confira nossa cobertura em Economia e Negócios e continue acompanhando as análises que ajudam a decifrar tendências sociais e econômicas.

Crédito da imagem: NeoFeed

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