Angela Davis lança no Brasil livro sobre abolicionismo penal

Angela Davis lança no Brasil livro sobre abolicionismo penal

Angela Davis lança no Brasil livro sobre abolicionismo penal e reacende o debate sobre o futuro das prisões ao reunir ensaios, entrevistas e conversas que mapeiam mais de meio século de militância da filósofa americana.

A coletânea “Abolição – Política, Práticas, Promessas”, publicada pela Companhia das Letras, reúne 352 páginas nas quais a autora de 81 anos defende substituir a lógica punitiva por políticas públicas que ataquem as causas sociais da criminalidade, como educação de qualidade, saúde universal e moradia digna.

Angela Davis lança no Brasil livro sobre abolicionismo penal

Os textos expõem a evolução do pensamento de Davis desde sua prisão em 1970, quando foi incluída na lista dos dez fugitivos mais procurados pelo FBI, até a consolidação de seu ativismo acadêmico na Universidade da Califórnia, em Santa Cruz. O livro, primeiro de uma série de dois volumes, mostra como a autora conecta encarceramento em massa à herança da escravidão e às desigualdades racial e de gênero.

Para Davis, prisões e complexos industriais prisionais perpetuam violência ao invés de promover reabilitação. A filósofa argumenta que “não se trata de trocar celas por novas formas de confinamento, mas de imaginar uma sociedade que não precise delas”. Entre as soluções propostas estão modelos de justiça restaurativa que priorizam reparação, responsabilização e reconciliação comunitária.

A obra chega ao país em meio a discussões globais sobre violência policial e encarceramento. Desde os protestos de 2020, desencadeados pelos assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor, Davis identifica um “despertar coletivo” que questiona a dependência de instituições carcerárias. Apesar desse avanço, ela ressalta a presença de forças políticas que tentam minimizar tais questionamentos.

O livro também amplia o debate para além das fronteiras norte-americanas. Ao analisar o encarceramento de imigrantes, por exemplo, a autora expõe a relação entre políticas de fronteira, exclusão social e negação de direitos humanos. Essa abordagem transnacional reforça a tese de que estruturas carcerárias globais se alimentam das mesmas lógicas de opressão.

Referência incontornável na pauta, Davis já foi descrita pelo The New York Times como portadora de “argumentos formidáveis em prol da justiça”. Na coletânea, ela divide o protagonismo com contemporâneos que contribuíram para o desenvolvimento das propostas, reforçando o caráter colaborativo do abolicionismo penal.

Com preço sugerido de R$ 89,90, “Abolição – Política, Práticas, Promessas” chega às livrarias em momento oportuno para quem busca entender os limites das reformas prisionais e as possibilidades de um futuro sem cadeias. Leitores encontram nas páginas um convite a repensar democracia, direitos civis e a responsabilidade coletiva na construção de segurança pública.

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Crédito da imagem: wikimedia.org/Oregon State University

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