Novo alerta do WhatsApp mostra resumo de segurança antes de usuário entrar em grupo de desconhecido
O WhatsApp passou a exibir, a partir desta semana, uma nova tela de aviso sempre que um usuário for incluído em um grupo por alguém que não consta na lista de contatos. A funcionalidade, apresentada como “resumo de segurança”, integra as ações recentes da plataforma para conter golpes que utilizam convites suspeitos e mensagens enviadas por números desconhecidos.
O que muda para quem recebe convite de grupo
Antes de ter acesso ao conteúdo do grupo, a pessoa visualiza um painel com informações detalhadas, entre elas o nome do criador, a quantidade total de participantes, a data de criação e orientações de proteção contra fraudes. O alerta evidencia ainda que o convite partiu de um número fora da agenda do usuário, sinalizando possibilidade de risco.
Nesse estágio, o aplicativo oferece duas opções: sair imediatamente, sem abrir o bate-papo, ou permanecer sob notificações silenciadas até que o usuário confirme interesse em seguir na conversa. Segundo a empresa, o objetivo é garantir mais transparência e permitir que a decisão de entrar ou não ocorra antes de qualquer exposição a conteúdo potencialmente malicioso.
Expansão do cartão de contexto
O recurso amplia a funcionalidade lançada no ano passado, conhecida como “cartão de contexto”. Na versão anterior, o aplicativo já apresentava dados básicos sobre o grupo; agora, o foco foi ampliado para prevenir golpes antes mesmo da primeira interação. A Meta, controladora do WhatsApp, afirma que também avalia recursos semelhantes para conversas individuais iniciadas por números desconhecidos, a fim de incentivar o usuário a pausar antes de responder.
Reflexo de ofensiva contra fraudes digitais
O reforço de segurança ocorre em meio à estratégia mais ampla da Meta para reduzir fraudes em suas plataformas. Entre janeiro e junho de 2025, o WhatsApp informou ter desativado mais de 6,8 milhões de contas associadas a esquemas criminosos. Boa parte desses perfis estava ligada a centros de golpes localizados no Sudeste Asiático, operados por organizações que exploram trabalho forçado e conduzem campanhas simultâneas em vários serviços de internet.
Essas quadrilhas costumam prometer vagas de emprego, rendimentos fáceis com criptomoedas ou participar de pirâmides financeiras. Para aumentar o alcance e burlar mecanismos de detecção, distribuem as fases das fraudes em diferentes plataformas de mensagens, redes sociais e aplicativos de investimento.
Caso recente no Camboja
Um dos episódios citados pela empresa envolveu a interrupção de uma operação no Camboja, realizada em parceria com a Meta e a OpenAI. Os golpistas usavam o ChatGPT para gerar automaticamente convites de grupos no WhatsApp. Depois, encaminhavam as vítimas ao Telegram e até a tarefas no TikTok, como curtir vídeos, antes de solicitar transferências para carteiras de criptomoedas. A tática combinava engenharia social, múltiplos aplicativos e promessas de lucro rápido para driblar sistemas de segurança.

Imagem: Ahyan Stock Studios via olhardigital.com.br
Dicas de prevenção recomendadas
De acordo com o WhatsApp, o usuário deve desconfiar de ofertas “boas demais para ser verdade” e confirmar a identidade de supostos parentes ou amigos por ligação ou contato presencial, sempre que possível. Outra recomendação é revisar, no menu de privacidade do aplicativo, quem tem permissão para adicionar o número a grupos; a configuração já permite restringir convites apenas a contatos ou a grupos previamente escolhidos.
Próximos passos da plataforma
O desenvolvimento de telas intermediárias, como o novo resumo de segurança, indica a intenção do aplicativo de exibir sinais de alerta logo no primeiro contato com possíveis golpistas. A Meta estuda estender painéis semelhantes a mensagens diretas enviadas por números não salvos, mostrando contexto adicional antes que o usuário leia o conteúdo.
Com a expansão desses mecanismos, a plataforma busca reduzir a probabilidade de que pessoas ingressem inadvertidamente em conversas fraudulentas ou em esquemas que evoluem para outras redes sociais. A expectativa é que, ao reforçar etapas de confirmação e aumentar a visibilidade de riscos, o volume de ataques bem-sucedidos seja menor, complementando o trabalho de remoção de contas suspeitas.
O WhatsApp não informou prazo para liberar o recurso a todos os usuários, mas indicou que a distribuição já começou de forma gradual nos aplicativos para Android e iOS. Até que o alerta esteja disponível para toda a base, seguem válidas as indicações de cautela com convites inesperados, preferindo sempre avaliar o contexto antes de ingressar em novos grupos ou iniciar conversas privadas.